terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Conto com o Ano Novo

branco, amarelo, vermelho.. paz, dinheiro, amor.
o ano novo já está dando o ar da graça, ele que é mais uma data estranha com poder de mexer com os nossos sentimentos. sim, porque por mais que o nosso planeta agua tenha feito mais uma volta em torno do Sol, ninguém realmente dá importância a isso. ao motivo da data. acredito que para 99% das pessoas seja um dia para encher a cara e criar coragem para fazer promessas.
o ano novo é um remédio para o mundo. uma verdadeira injeção de boa vontade; 'esse ano não foi bom, mas ele tá indo, o próximo vai ser melhor'. parece que naquele instante em que os fogos começam a explodir a gente pode ver o futuro e sorrir; porque já que estamos comemorando um começo sem dúvidas estamos cheios de otimismo!
nesse dia até o passado fica doce. 'esse ano passou rápido', tem certeza? você sofreu tanto, se estressou tanto, se desgastou e envelheceu; e o ano passou rápido? não! ele foi tão devagar quanto todos os outros, quanto os seus momentos bons ou ruins, mas passou. vamos estourar o champanhe pelo passado, e usar calcinha vermelha pelo futuro. siiim, vamos comemorar, pelo menos uma vez por ano, a gente vai dormir cheio de esperanças com o dia seguinte.

que nesse ano não falte nada aos meus amigos; que os meus inimigos continuem me odiando como sempre, mas com um pouco de sensatez na hora de mentir; que todos que desejam paz, amor e dinheiro a tenham, mesmo sem merecer; que coisas boas aconteçam para pessoas boas, e para ruins também para que o mundo continue sendo maravilhosamente injusto... na verdade, a única coisa que eu quero de fato desse ano novo é que as pessoas diminuam sua dose diária de hipocrisia, ela sim é a causa de todos os meus problemas.
mil beijos, belos fogos de artifício a todos. (adoro os fogos de artifício!)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

será que é?

não sei dizer se esse sentimento realmente acalma, ou na verdade trás uma euforia tão inovadora e desconhecida que a cada vez que ela chega nós não temos muita opção a não ser respirar fundo e maravilhar o mundo. não consigo entender porque ninguém define essa contradição. como é possível que tantos gênios não me expliquem; porquê diabos eu quero algo que me faz chorar de manhã cedo, sorrir a tarde e dormir preocupada? quero que alguém me diga como algo que faz tão mal, consegue ser o bem maior. como é sublime e inigualável se é indescritível? não precisa me mostrar o rosto porque cada um me descreveria uma face diferente; alto, forte, barbudo.. foda-se, me diz de modo geral.. qualquer coisa que o defina.
ou talvez você seja assim pra agradar gregos e troianos. você, seu sentimento bendito, maldito ou seja lá qual for a forma que você venha assumir no momento; é soldável, nós te montamos, moldamos.. e pra cada um você é de uma maneira.. e mesmo assim; seu cretino, você tem esse poder, de nos moldar tanto quantos moldamos você.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

receio patológico persistente.

Já tá na hora já. Já passou do momento em que deve-se parar de jogar as palavras ao vento e começar a ouvir seus próprios conselhos. O tempo de restrições já passou. Todos os estágios, sim, você já esteve por todos eles. Acredite, você já é uma pessoa melhor; você já aprendeu, a raiva já se foi e o antigo desejo de ter o que não se pode também. Não dá pra ficar hibernando achando que um alguém vai aparecer e dizer ‘oi, eu sou o verão vim trazer cor e calor pra sua vida’. Muito menos ficar desperdiçando as oportunidades, vai lá bota a cara pra bater. Você sabe bem que quem não arrisca não petisca. Qual é o medo? Acha que ainda existem coisas a serem curadas, que ainda existem feridas; você ainda não sabe esconder as cicatrizes? Duvido muito que exista um momento em que você vai respirar fundo e dizer; to pronto, pode aparecer aí amor da minha vida. Não precisa entrar em desespero, acha que não dá pra conhecer alguém especial em uma balada por exemplo? Eu digo o contrário. Vá além, chute o balde, permita-se. Não to dizendo pra se jogar de cabeça em qualquer relacionamento que apareça. Mas se realmente ainda existe algum vestígio, algum machucado, qual é o problema em deixar alguém te curar?

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Por favor, saia do comum! Diabos, você já parou pra perceber em que tipo de coisa a gente se acostuma? Tem gente por aí acostumado em estar sozinho, em viver triste, gente que se ama tanto que não encontra espaço ou disposição pra amar outra pessoa. Tudo vira costume, rotina. Em determinado ponto até aquela felicidade apaixonada vira tédio. A culpa disso é sua. Já conhecemos os cuidados que devem ser tomados, e que riscos devem ser corridos. Sabemos que não existe bicho de sete cabeças em nada, e mesmo assim ainda bate aquele medinho. Eu acho que as pessoas morrem de medo de ser felizes pra caramba, porque o tempo todo bate aquela sensação de que um dia, a felicidade vai acabar. Aí o ciclo começa de novo, nossa busca desenfreada, desesperada e deliciosa pela felicidade. Alias, se você procurar no dicionário, felicidade é só mais um dos sinônimos de sorte.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

do espanto.

pega a linha, desliga a luz, bota a música pra rodar. dá pra sentir as palavras fluindo? meu amor, você consegue refazer as nossas conversas? pega a linha querido, já a prendeu a tecer? tecer pensamentos, planos e promessas? imagina aqui comigo, vem, vamos sonhar um pouquinho. sabia que momentos bons não geram criatividade pra mim? quando eu entro nessa de curtir o momento, viver a vida e pensar depois, e só se realmente for necessário, fico completamente entorpecida. pra onde vamos, que horas, com quem? nossa, de que importa, vamos ficar juntos e pronto. eu acho que esse tipo de sentimento acalma, enquanto em momentos mais melancólicos o desespero e a raiva trazem mais inspiração.
é a nossa música que tá tocando? nossa música.. porque agora parece que tudo é nosso. parece que até o tempo sente inveja de nós e passa mais rápido. o sorriso é mais sincero, a paciência é divina e o carinho nunca acaba. a verdade é que, se tudo correr bem, a serenidade vai invadir, e mesmo que o tempo corra ou voe não vai ter problema nenhum, a gente sabe que tem todo o tempo do mundo.
imagino que se nos perguntassem no passado, nenhum de nós dois iria acreditar no que está acontecendo; na verdade eu tenho sérias dificuldades em acreditar ainda. é dificil ver que eu achei uma pessoa tão maravilhosa em um lugar tão banal e ordinário. entender que dar uma chance ao acaso, se permitir que as coisas fluam é possivel e melhor, pode ser indiscritivelmente bom. enfim, botar em prática tudo que venho dizendo exatamente aqui.
confesso que em alguns momentos eu morro de medo que você me ache boba ou precipitada de alguma forma. mas devo dizer que se isso acontece a culpa é unica e exclusivamente sua; eu não pedi pra ficar rindo a toa de qualquer coisinha, ou de ter vontade de dizer o tempo todo o quanto você é tudo que é.
no fim das contas, por sua causa eu entendi o porquê de toda aquela fase ruim. não sei como não pensei nisso antes. seria impossivel encontrar o arco-íris, se a tempestade não viesse.. e mesmo sem saber quando o tempo vai ficar ruim de novo, por enquanto só posso (e só quero) agradecer e admirar a beleza desse meu arco-íris.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

literato.

qualquer um escreve. qualquer um consegue fazer um amontoado de palavras bonitas separados por pontos, virgulas e exclamações. acredito que os escritores saibam bem disso, não é necessário intelecto para tocar o coração de alguém com palavras, ás vezes nem é preciso usar as palavras certas.. escritores são organizados, eles podem até usar as palavras erradas, mas sempre na ordem certa. faxineiros, secretários de palavras.escritores, sendo eles bons ou ruins são completamente drogados. eles guardam em si um tipo de admiração absurda pela melancolia, de forma a faze-la parecer magnifica e até poética. viciados por palavras; dominados e dominantes. como um domador de leão que ao mesmo tempo que bate no bicho o alimenta e o enche de carinho para que o mesmo não se volte contra ele. se possível, os escritores as tomariam no café da manhã, as injetariam em suas veias, as fumariam em seus charutos cubanos. escritores são ao mesmo tempo românticos incontestáveis e péssimos amantes. eles sabem bem que as palavras abrem portas e pernas para quem sabe usa-las. se existe algum real instrumento de sedução é o dicionário e uma boa faxina, que organize os termos na ordem certa. uma arma letal, independente de qual seja a guerra. escritores estão sempre fadados ao fracasso pois nunca conseguirão falar sobre algo específico. um texto só de amor, felicidade, ciúmes, já que as palavras são sempre ambíguas de mais, e para tudo existem no mínimo mil interpretações.. nunca agradarão a todos. sempre têm a sensação de que algo está faltando, de que poderia ser melhorado..

de uma maneira bem resumida e meio vulgar, escritores são fodas.