domingo, 21 de novembro de 2010

possessividade

então fechei os olhos e pensei 'poderia ficar assim pra sempre'; mesmo morrendo de medo, falei isso em voz alta. ele concordou com a cabeça e perguntou 'só até pra sempre?'. eu quis que ele dissesse outra coisa, quis que naquele instante ele tivesse me mostrado que fez o dever de casa, falasse pra mim que se ele fosse meu, poderíamos ficar assim pra sempre. queria ouvi-lo dizer; eu posso ser seu arco-iris, todos os seus valetes juntos, seu amor, sua coisa maravilhosa, seu cheirinho bom depois que a chuva passa, sua vontade de emendar um beijo no outro por não conseguir pensar em nada mais gostoso no mundo, seu príncipe, seu Guilherme em carne e osso! posso ser um pássaro branco que traria de volta a sua visão, pra te mostrar todas as coisas tão lindas quanto você nesse mundo, e depois para que possamos ficar cegos juntos, e cantar igual bobos um para o outro sem nem pensar mas em voar ou precisar ver mais nada. juntos teríamos tudo, pra que você quer ver o resto do mundo, se eu posso ser seu?
acho que isso não passou pela cabeça dele. acho que ele não teria coragem de mentir pra mim desse jeito, ele é extraordinário de mais para ser baixo ao ponto de me afirmar esse tipo de coisa. até porque, por mais que eu queria; e por mais que ele tente me convencer, ele não seria meu. da mesma forma que eu nunca seria dele.
não tem como alguém ser de duas pessoas. eu já sou de mim mesma, como eu posso ser de você também?

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